A análise é um encontro consigo mesmo através do outro. Por meio da fala, o sujeito revela aspectos de sua história que não surgiriam em uma conversa comum. É um trabalho que reconstrói, a partir dos fragmentos que se apresentam, sentidos possíveis para aquilo que até então era vivido sem nome.

Trata-se de um processo de descoberta e transformação, que pode ser doloroso. Mesmo em um espaço de escuta atenta e segura, os conteúdos que emergem muitas vezes são difíceis de encarar. Preferimos, por vezes, não pensar, como forma de evitar o confronto com partes da nossa história que ferem, causam desconforto ou vergonha.

Mas não é preciso atravessar isso sozinho. O analista se faz presente: sustenta a escuta, oferece apoio e caminha junto.

Afinal, o que fazemos com o que nos é dado? E com as partes de nós que não gostamos? Pensar, às vezes, é se deparar com desilusões. Pode ser difícil, porque nossas emoções são contraditórias, e pensar nos leva a questionar nossas ações e o impacto que causamos no mundo e nos outros.

A psicanálise aposta na criação de um espaço sustentado pela transferência, onde seja possível dizer o que não se ousaria dizer em nenhum outro lugar. Um espaço em que o sujeito possa se escutar, se implicar e reinventar novas formas de existir.